Perguntas:
- De onde veio o conceito de saúde global? O que é a saúde global? Em que cenário está inserida?
- Por que existe o processo de securitização? Quais as etapas do processos de securitização? Quais os autores de um processo de securitização?
- O que é uma emergência internacional? e uma emergência nacional? Por que o Zika não é mais uma emergência de saúde pública no Brasil?
- Qual a sua visão a respeito das recomendações da OPAS e da OMS para prevenir a Zika e a Chikungunya?
- Concorda com as políticas públicas de prevenção das arboviroses nas quais é proposta uma guerra contra o mosquito? Em que contexto, na prevenção dessas doenças, se insere o saneamento básico e a distribuição de renda?
- O que você acha da legislação específica para emergências em saúde no Brasil?
- Qual a sua visão a respeito das recomendações da OPAS e da OMS para prevenir a Zica e a Chicungunha?
- Compare a relação de contexto político no Brasil e no mundo das epidemias de Zica e de HIV.
- Quais os marcadores básicos para sustentar uma prioridade em saúde? O que entra na agenda de prioridades da Vigilância em Saúde?
Grupo: Carina da Silva Camargo,Mônica Dias Soares,Sarah Eloá
ResponderExcluirA partir dos aumentos dos casos da Zika, para tentar conter o avanço da doença no dia 5 de Dezembro de 2015, foi lançado o Plano Nacional de Enfrentamento á Microcefalia. O plano foi criado pelo Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional(GEI-ESPII), envolvendo 19 orgãos e entidades, abarcando eixos de ações prioritárias como: Mobilização de combate ao mosquito, Atendimento ás Pessoas, e Desenvolvimento Tecnológico, educação e pesquisa.
Ao assistir o documentário vi a realidade das mulheres no meio da epidemia do zika ser extremamente impactante. São mulheres esquecidas pelo poder público, mulheres abandonadas, pobres. Por enquanto estudos estão sendo realizados e acompanharão essas crinças ao decorrer da sua vida a fim de verificar oque pode ser feito para melhorar a qualidade de vida delas.O fato de Dra. Adriana Melo e quipe ter se dedicado aos estudos e pesquisas sobre microcefalia e à divulgação de certa forma até temerária dada a precocidade e urgência com que ela pôs a público suas descobertas fez com que a população ficasse com um pré conceito dessas crianças,uma vez que parece que esse problema os condena a morte,mas já é verificado que é algo bem singular e varia de caso para caso.Vale lembrar que o ser humano é holístico e que a Saúde pública precisa atuar com eficiencia nesses casos,uma vez que além da criança necessitar de cuidados a familia tambpem precisa pois lida com uma problemática de dimensão grande e nova que não existe um protocolo de tratamento definido e isso é fator de preocupação para muitas famílias,por isso acho necessário além de tratar a criança,também cuidar do aspecto psicossocial da família.
Algumas questões
Qual a sua visão a respeito das recomendações da OPAS e da OMS para prevenir a Zika e a Chikungunya?
As recomendações na teoria são boas,porém não funcionam bem na prática,umaz vez que alguns profissionais não sabem aplicar o protocolo de atendimento nos cados de suspeita dessas doenças,é necessário treinamento e estudo refrente esse tema para os profissionais de saúde se atualizarem.
Compare a relação de contexto político no Brasil e no mundo das epidemias de Zica e de HIV.
O contexto é de preocupação e indagação sobre a problemática. A zika é causada pelo Aedes aegypti, que também espalha dengue e chikungunya. E há a microcefalia, que se descobriu a partir do Brasil estar associada à zika - e ainda não se sabe quase nada sobre isso.O mesmo ocorre com o HIV,umaz vez que se sabe que quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Existem coquetéis para manter a taxa viral baixa,mas ainda não existe cura uma vez o vírus sofre mutações para continuar instalado no corpo do individuo.
A Zika ganhou uma exponencialmente importância internacional nos últimos anos. Até dia 11/05 foi considerada pelo governo federal como emergência de saúde pública. A ocorrência de casos mais sua gravidade associada (segundo algumas analises e estudos) com a microcefalia na época de um grande evento esportivo mundial que ocorreu no Brasil em 2016, fizeram com que este agravo ganhasse repercussão internacional associado ao terrorismo, estigmatização contra crianças com microcefalia e no Brasil á “Guerra contra o mosquito”.
ResponderExcluirAs propagandas e a forma de comunicação de risco na saúde desse tema podem ser analisadas pelas teorias da securitização, ou seja, um ato de fala (discurso) que tem uma audiência, cujas funções são analise da realidade, constituição da realidade e pratica politica. A forma de abordagem do tema foi extremamente não ética e pouco resolutiva.
No contexto internacional, a emergência é tratado como “aquilo que pode se propagar”. Em muitos países considerados desenvolvidos, ouve um tratamento xenofóbico do tema, por exemplo,quando diversos imigrantes de países do continente africano chegavam a esses países e encontravam barreiras,discriminação e tratamentos diferenciados, pois serem considerados “ possíveis vetores da Zika” ou quando havia piadas em relação a Zika no Brasil.
No Brasil, foi considerada emergência nacional, por motivos como possível disseminação nacional, agentes infecciosos inesperados, entre outros. As mães e famílias de crianças com microcefalia foram mais estudadas e desgastadas com o tema do que quaisquer outras pessoas e pouco foram assistidas ou amparadas pelos estudos realizados. Muitas foram as perguntas e poucas foram as respostas dadas a essas pessoas especificamente.
A guerra ao mosquito realizada no Brasil foi reducionista e de extrema negligente com os determinantes sociais que fazem com que algumas populações sejam mais vulneráveis do que outras. Durante a aula diversas questões foram trazidas entre estudantes do Direito, Relações Internacionais e Saúde Pública que demonstram o quanto não avançamos em diversas formas de ver o processo saúde-doença e mais uma vez o quanto problemas estruturais são revistos, discutimos e resolvidos devido a interesses políticos e econômicos.
Grupo: Amanda Freitas; Beatriz Lacerda; Gabriela Bordon; Kassia Queiroz; Lucas Pires e Nayara Rael.
Grupo: Letícia Tizeu, Letícia Malagutti, Gabriela Murizine, Felipe Daiko, Rodrigo Meirelles e Thiago Henrique.
ResponderExcluirZika: reflexos das desigualdades e violência estrutural.
No Brasil, oito em cada dez bebês nascidos com microcefalia e outras alterações cerebrais ligadas ao vírus da zika são filhos de mulheres negras, diz reportagem da FOLHA DE SÂO PAULO, baseada no Ministério da Saúde.
A Antropóloga Débora Diniz afirma que as mulheres mais afetadas pelo zika são as jovens, negras e indígenas, nordestinas e de zona rural.
Segundo o Ministério da Saúde, até julho de 2016 mais de 174 mil casos prováveis de zika no Brasil foram registrados, sendo que 66 mil foram no Nordeste. Desse total, 14.739 notificações são de mulheres gestantes.
Esse cenário é extremamente importante para pensarmos no que não está sendo feito e no que precisamos fazer e é agravado pelo silêncio sobre a situação das pessoas que necessitam de atenção. As redes sociais, televisão, jornais e outros meios de comunicação deixaram de falar sobre o zika, como se não houvessem mais problemas, mas a epidemia não parou e deixa suas marcas.
Um dos relatos do livro Zika: do sertão nordestino À ameaça global, destaca a extrema vulnerabilidade e as realidades das mulheres nordestinas que sofrem com o abandono e negligência. Moradora do município de Esperança e dependem do carro da prefeitura para terem acesso aos equipamentos de saúde. "Quando tem transporte, Maria Carolina leva mais de três horas para chegar ao centro de saúde" (RADIS Nº 169, 2016).
Em 2016, por conta da associação entre o vírus da Zika, foi declarada pela direção geral da OMS, com base no Regulamento Sanitário Internacional, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
Tudo isso sob uma grande construção de securitização, tratado mais como uma questão de segurança do que uma questão de saúde.
Toda essa construção cria possibilidades de determinadas ações e campanhas autoritárias, que ferem os direitos humanos e de abusos de poder sob a proteção de "um bem maior", tanto para a nação, quanto para a defesa da saúde global, exterminando/controlando a potencial ameaça à outras nações.
Além disso, o enfrentamento proposto pelo Estado é completamente individualizado, de combate Aedes e focos de água, desresponsabilizando totalmente seu papel enquanto garantidor de direitos, agindo em questões estruturais como o saneamento básico e pobreza.