Olá!
Essas foram algumas das questões abordadas hoje em sala de aula pelo Prof. Rodrigo Romão:
1) Qual o conceito de vigilância ambiental em saúde?
2) Como detectar determinantes ambientais que interferem na saúde humana? Quais deles são importantes? E por que? Que informações são necessárias?
3) Como a vigilância ambiental se relaciona como a vigilância sanitária e epidemiológica?
4) Por que os fatores ambientais de exposição aguda e crônica possuem um impacto diferenciado na saúde humana?
5) Como intervir nas questões ambientais? Que normas seguir?
6) Quais os programas do Ministério da Saúde relacionados a vigilância ambiental? O que é o VIGIAR, VIGIAGUA, VIGISOLO, VIGIFIS e VIGIDESASTRE?
7) Que fatores da sociedade estão relacionados com a vigilância ambiental? Por que o contexto social e o ambiente cultural influenciam a vigilância ambiental?
8) O desafio dos acumuladores: é um problema recente? O que desencadeia?
sexta-feira, 24 de março de 2017
quarta-feira, 22 de março de 2017
Aula 3 - Pesquisa, Situação problema, Vigilância, risco e proteção
Pessoal, este foi o caso abordado na aula do dia 17/03/2017.
O caso
A Vigilância Sanitária recebe uma
solicitação da Vigilância Epidemiológica central para análise de dois casos de
óbitos de adultos jovens (um homem de 22 anos e uma mulher de 23 anos),
moradores do território de abrangência da equipe de Saúde da família “Vermelho
3”, Jardim da Saudade, no município de Junqueira. Há uma semana o casal,
primeiro o homem e um dia depois a mulher, foram atendidos na emergência com
sinais de desidratação, dor abdominal e febre.
A diretora da unidade do bairro reuniu a
equipe com grande dificuldade para conciliar os horários dos profissionais e,
como uma das estratégias, indica a visita do agente comunitário responsável
pela área na casa onde residia o jovem casal.
Na manhã seguinte a unidade
recebe a notificação de um terceiro óbito, agora da irmã de 20 anos da jovem
falecida anteriormente. As notícias causam uma comoção social no bairro, este
instalado em região de preservação ambiental que vem sendo continuamente
ocupada de forma irregular e, por isto, carente de planejamento e instalações
de saneamento. A imprensa municipal veicula notícias diversas sobre o caso e,
na ausência de um posicionamento da Secretaria de Saúde, contribui para que o
medo e a desinformação aumentem.
A agente comunitária aponta as
dificuldades para voltar na casa onde os óbitos ocorreram, pois não foi bem
recebida pela família. Os familiares se recusaram a dar maiores informações,
pois se sentiram ameaçados e amedrontados pelas circunstâncias e reações da
comunidade, dos jornalistas e da equipe de saúde.
A equipe central da Secretaria
Municipal de Saúde se organiza para intervir e auxiliar a unidade do Jardim da
Saudade. Os profissionais das vigilâncias iniciam atividades de coleta de
amostras na casa e em estabelecimentos comerciais, sem comunicação à Unidade do
bairro. Joana, uma das mulheres que foi a óbito, trabalhava na creche local e a
diretora solicita fechamento do estabelecimento por medo de contaminação das
crianças, embora não tenha conhecimento do diagnóstico. As mães organizam uma
ida das crianças para a unidade de saúde para coleta de sangue sem agendamento
prévio.
Ao final da manhã do terceiro
dia, após a primeira notificação, a diretora da Unidade Básica de Saúde pede a
intervenção do nível central em uma Comunicação Interna alegando a gravidade da
situação no local e a necessidade de apoio institucional para intervir nas
seguintes questões:
a) Identificação
dos papéis dos trabalhadores e das equipes de saúde da unidade
b) Suporte
profissional para a família e para a comunidade frente à gravidade e impacto
dos casos
c) Sobreposição
de fluxos sem a devida comunicação entre as instâncias de gestão da secretaria
d) Falta
de orientação e retaguarda para elucidação do caso
e) Incapacidade
de comunicação com a imprensa e agentes de outras instituições.
A assessora sanitarista Patrícia,
contratada recentemente para compor a equipe central da Secretaria Municipal de
Saúde, é deslocada para participar e apoiar a reorganização do trabalho frente
ao caso na Unidade do bairro. A indicação de Patrícia para atuar junto à equipe
foi acompanhada de uma referência de sua chefia – “Penso que sua formação em
Saúde Coletiva poderá apoiar a equipe no entendimento da complexidade do caso
e, também, será importante para o seu crescimento profissional”.
Em discussão coletiva com a
equipe de saúde da UBS, o Conselho Gestor, os profissionais das vigilâncias
epidemiológica, sanitária, ambiental e zoonoses, foi pactuado um plano de
estratégias conjuntas para enfrentamento da situação, agora com a elucidação
diagnóstica, casos de Febre Maculosa, a doença do carrapato (1).
1) Apoio
familiar e para comunidade na comunicação do risco, elucidação dos casos e
suporte social aos familiares;
2) Redefinição
da comunicação interna e externa em diálogo com os canais locais de comunicação
e, também, institucionais;
3) Conciliação
dos papéis dos trabalhadores com processo de Educação Permanente coletivo;
4) Alinhamento
e transparência das informações;
5) Articulação
em rede entre os serviços, emergência, vigilâncias e laboratório central;
6) Realização da investigação epidemiológica
avaliando a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes;
7) Capacitação da equipe médica para suspeita
diagnóstica, coleta de material e tratamento precoce na busca de diminuição da
letalidade;
8) Investigação de novos casos ou suspeitos
para notificação e/ou tratamento imediato;
9) Trabalho junto à equipe local, comunidade e
outros órgãos para elucidar situações socioambientais no Jardim da Saudade que podem
propiciar novos casos, no sentido de apoio de outras instâncias municipais para
acesso da população a melhorias no bairro;
10) Outras estratégias de apoio institucional integrado.
Patrícia, a sanitarista deslocada
para apoio às equipes, fez seu relatório para apresentação ao nível central da
Secretaria Municipal após o controle da situação no Jardim da Saudade. Iniciou
apontando que as diretrizes para compor o plano de atuação frente ao ocorrido
estavam vinculadas ao campo da Saúde Coletiva e suas dimensões, bem como nos
referenciais teóricos e práticos de suas principais subáreas, a Epidemiologia,
as Ciências Sociais e Humanas e a Política. Diante da situação encontrada e
pensando em sua formação e função como sanitarista avaliou que os eixos de
atuação seriam:
a) Compreensão
do contexto de complexidade sócio histórica da realidade local expresso no
impacto ambiental, nas condições de vida da comunidade, no acesso precário ao
saneamento e serviços de políticas públicas, na desinformação sobre proteção à
saúde, entre outras.
b) Articulação
das ações dos serviços de vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental,
zoonoses, emergência e laboratório no sentido de atuação em rede para plano
integral.
c ) No
eixo da política desdobrou tanto a compreensão das relações entre as políticas
setoriais – educação, preservação ambiental, infraestrutura urbana, ação social
e cidadania, etc - capazes de atuar no bairro, como a interação da gestão dos
processos de trabalho que apoiam as atividades de atenção à saúde, tanto no
suporte técnico e de insumos quanto na qualificação dos saberes que apoiam as
ações da assistência.
Patrícia terminou seu relatório e
refletiu: Seria a atuação central do sanitarista a possibilidade de efetivar,
segundo o campo da Saúde Coletiva, a interdisciplinaridade e a
intersetoralidade na busca da equidade e integralidade na saúde? Como atuar nesta direção frente aos
diferentes e dinâmicos contextos sócios, políticos e históricos?
1 - A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa, febril
aguda, de gravidade variável, cuja apresentação clínica pode variar desde as
formas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. É
causada por uma bactéria do gênero Rickettsia (Rickettsia
rickettsii), transmitida por carrapatos, caracterizando-se por ter
início abrupto, com febre elevada, cefaléia e mialgia intensa e/ou prostração,
seguida de exantema máculo-papular, predominantemente nas regiões palmar e
plantar, que pode evoluir para petéquias, equimoses e hemorragias. O tratamento
precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença”. (Brasil, MS,
Portal da Saúde)http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/febre-maculosa.
sábado, 11 de março de 2017
Aula 2 - Mesa: Vigilância Sanitária no Brasil
Olá!
Envio algumas das questões levantadas ontem em sala de aula pela Dra. Ana Figueiredo e o Dr. Luiz Quitério:
1) A vigilância sanitária, atualmente, sofre um processo de "cegueira acadêmica" e de um "aprisionamento institucional".
2) As normas técnicas têm se tornado cada vez mais complexas e na forma de check-list o que tem turvado nossa visão para a proteção da saúde das pessoas.
3) O que é a proteção à saúde no século XXI?
4) A universidade tem formado somente técnicos, sem o pensamento universal. O que é a universalização? Como fazer diferente?
5) ... proteger pessoas do uso, consumo, exposição a coisas/ambientes/lugares vigiando os riscos sanitários com sua regulação .... é possível? Quais são os riscos? A população conhece? Quem define a política? Onde? Quem executa? Quais são os interesses em jogo entre proteger pessoas ou regular produtos/mercadorias...
6) Até onde vão as ações da vigilância sanitária? Como mediar as ações da vigilância sanitária levando em consideração o contexto social? Exemplo de uma única maternidade de uma determinada cidade com condições insatisfatórias de higiene. Interditar? Intervir de que forma?
Envio algumas das questões levantadas ontem em sala de aula pela Dra. Ana Figueiredo e o Dr. Luiz Quitério:
1) A vigilância sanitária, atualmente, sofre um processo de "cegueira acadêmica" e de um "aprisionamento institucional".
2) As normas técnicas têm se tornado cada vez mais complexas e na forma de check-list o que tem turvado nossa visão para a proteção da saúde das pessoas.
3) O que é a proteção à saúde no século XXI?
4) A universidade tem formado somente técnicos, sem o pensamento universal. O que é a universalização? Como fazer diferente?
5) ... proteger pessoas do uso, consumo, exposição a coisas/ambientes/lugares vigiando os riscos sanitários com sua regulação .... é possível? Quais são os riscos? A população conhece? Quem define a política? Onde? Quem executa? Quais são os interesses em jogo entre proteger pessoas ou regular produtos/mercadorias...
6) Até onde vão as ações da vigilância sanitária? Como mediar as ações da vigilância sanitária levando em consideração o contexto social? Exemplo de uma única maternidade de uma determinada cidade com condições insatisfatórias de higiene. Interditar? Intervir de que forma?
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