sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Aula 1 - Matéria sobre Franciscópolis e Vigilância em Saúde

http://folha.com/no1858520

11 comentários:

  1. Questões levantadas hoje em sala de aula:
    1) Qual o papel da população para desencadear ações nesta situação problema?
    2) Que comunicação é necessária?
    3) Que falhas ocorrem para que situações como essa surjam?
    4) Que especificidades territoriais podem ser levantadas?
    5) Por que Franciscópolis foi eficaz no enfrentamento do problema?
    6) Que conhecimentos são necessários para enfrentar essa situação?
    7) Que informações são necessárias para enfrentar essa situação problema?
    8) Quais riscos podem ser indicados nessa situação problema?
    9) Quais diferenças podem ter determinado essa situação problema?
    10) Qual seria o papel do sanitarista nessa situação problema?
    11) Qual o papel da rede de laboratórios?
    12) Como se definem prioridades nesta situação problema?
    13) Qual o papel do conhecimento popular nessa situação?
    14) Que ações intersetoriais são identificadas nessa situação problema?
    15) Quais os limites técnicos e burocráticos foram superados nesta situação problema?
    16) Qual o papel dos distintos entes federativos?
    17) Por que a folha de São Paulo se interessou em publicar essa notícia?

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    1. Conversando em grupo (Maria G. Wiik, Paula Etlinger, Lucila Pougy e Sabrina Ribeiro), abordamos diversos aspectos sobre a notícia de Franciscópolis. O que mais chamou a atenção foi à falta de comunicação dentro de um Sistema de saúde considerado único e universal, onde um município começou fazer a prevenção quase um ano ante, enquanto que os outros só se deram conta quando estava ocorrendo mortes de seus habitantes.
      O surto de febre amarela evidencia a negligencia das autoridades frente às doenças infecciosas. No Brasil, temos outras doenças que apesar de não causar mortes como relatadas nos casos de febre amarela, causam deformidades e incapacidades, como, a leishmaniose e a filariose bancroftiana ainda endêmicas em regiões do país, em que falta investimento em saneamento básico e na qualidade de vida.
      A falta de investimento das autoridades na investigação e aprimoramento de ferramentas que possam auxiliar na prevenção de agravos, como, a reermergenia de doenças é outro ponto falho. Esse ponto falho surge por diversas questões: a falta de prioridade na atenção básica, o investimento e interesse por apenas tecnologias duras ou a especialização do atendimento, falta de escuta qualificada e interesse por problemas que podem significar nada, mas, realizando uma investigação pode prevenir muitos problemas.
      A integração de setores e de profissionais faz-se necessário, o sanitarista como um articulador seria muito útil para levantar a problematização e unir os diversos atores na prevenção desses tipos de agravos. Tanto o município de Franciscópolis, quanto os outros município vizinhos não estabeleceram uma relação que pudesse ser compartilhada sinais ou alertas que algo de errado, suspeito poderia está acontecendo. O que poderia ser articulado por um sanitarista, mas não só por ele, contando também com a intersetorização, multidisciplinariedade e a construção de uma rede na área de saúde.
      O Brasil é um país tropical, sendo assim sempre irá emergir ou reermergir doenças infecciosas. Entretendo, o fato de Franciscópolis ter se tornado uma “ilha” entre vários surtos mostra que é possível fazer a prevenção desse tipo de doença, que na maioria das vezes requer melhores condições de vida, por meio de, vigilância em saúde, atendimento qualificado, saneamento básico, interesse e comprometimento por parte dos governantes.

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  2. Olá!
    Meu grupo atentou para o fato de que outros municípios mineiros não tinham conhecimento do que é epizootias e (talvez) por isso não tiveram ouvidos de ouvir (escuta) para o que a população estava noticiando. Desta forma questionamos o quanto há de conhecimento de vigilância em saúde nos profissionais que lá trabalham. Se há treinamento sobre as diversas formas de moléstias e seus agravos. Também colocamos que faltam engenheiros florestais no Brasil.
    O profissional: O Engenheiro Florestal é um profissional com formação técnico-científica e humanística adequada para atender às diretrizes e aos diversos campos de atuação. É um profissional habilitado a atuar em atividades relacionadas com: estruturas de madeira; dendrometria e inventário florestal; economia e mercado do setor florestal; comunicação e extensão rural; gestão dos recursos naturais renováveis; silvicultura; solos e nutrição de plantas; técnicas e análises experimentais; ecossistemas florestais; ecologia e defesa sanitária; propagação de espécies florestais; viveiros florestais; manejo florestal; manejo de bacias hidrográficas; recursos energéticos florestais; tecnologia e utilização dos produtos florestais; desenvolvimento de processos tecnológicos; industrialização, comercialização de produtos florestais; solos de ecossistemas florestais; mecanização, colheita e transporte florestal; cartografia, geoprocessamento e sensoriamento remoto; planejamento, administração, economia e crédito para fins florestais.
    É um profissional igualmente capacitado para atuar em gestão empresarial e marketing; melhoramento florestal; meteorologia e climatologia; política e legislação florestal; proteção florestal; avaliação e perícias rurais; planejamento, desenvolvimento e administração de programas e/ou projetos voltados para: produção de florestas com fins comerciais; proteção da biodiversidade; recuperação de áreas degradadas e de ecossistemas florestais degradados; avaliação de impactos ambientais; educação ambiental e ecoturismo; unidades de conservação; manejo de fauna silvestre; sistemas agro-florestais (http://smef.org.br/plus/modulos/conteudo/?tac=o-profissional).

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  3. O caso da Franciscópolis nos fornece uma análise extremamente rica no que tange a organização dos serviços de saúde no SUS e a relação dos profissionais de saúde com a produção do cuidado. Nota-se falhas no processo de regionalização e hierarquização do Sistema, ficando explícito a falta de articulação e coerëncia entre as ações em diferentes localidades, sejam macro ou micro, como o exemplo de Franciscópolis. O que era pra ser um sistema Único tornou-se um sistema fragmentado, como alertou o professor Gastão em palestra ontem na FSP, essa fragmentação promove desarticulação, o que podemos notar quando um município se torna ilha de proteção em meio a uma epidemia.
    A febre amarela não é um agravo a saúde novo, assim como bem lembrou a profesora Cristina em aula, temos medidas de proteção específica, a vacinação, e medida de prevenção que é a observação de episootias, para o monitoramento de possível circulação do vírus silvestre,ainda assim, fomos surpreendidos com casos e mortes (menos em Franciscópolis que contou com o apoio da população e uma ação efetiva de prevenção).
    O grupo analisou o caso com reflexão principal em torno da importäncia da escuta qualificada, e mais do que isso a parceria entre o serviço e a populaçao local o conhecimento do território e a ação efetiva de proteção a população e a comunicação a regional do alerta. Também lançamos mão do mapa do Ministério da Saúde que mostra as áreas com indicação de vacinação contra a Febre Amarela, disponível em:http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/fevereiro/19/Areas-com-recomendacao-para-vacinacao-contra-febre-amarela.pdf

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    1. Maravilha, Helena!

      Também enfatizamos a comunicação em saúde, comunicação interna e articulação com os diversos equipamentos de saúde, além das ações intersetoriais e a responsabilidade compartilhada em relação aos diversos atores envolvidos na resolução (e também no agravamento) da situação, devido a culpabilização e responsabilização dos trabalhadores sempre do outro setor ou do outro município.

      Outros links que utilizamos foram:

      - http://bvsms.saude.gov.br/bvs/febreamarela/viajantes.php

      - http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/situacao-epidemiologica-dados-febreamarela

      Integrantes: Helena Oliveira, Felipe Daiko Fraga, Rodrigo Meirelles e Rosangela

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  5. Durante o caso em Franciscópolis se nota a rede de saúde envolvida e em diálogo com a população. Já no início do que seriam os primeiros sinais de atenção, a comunidade foi bastante atenta em avisar dos macacos mortos que estavam aparecendo, assim como, a coordenadora da vigilância também foi atenta em ouvir os moradores. Destaca-se que isso foi possível com base em seus conhecimentos sobre a história natural da doença da febre amarela, possibilitando uma ação rápida na fase de susceptibilidade, prevenindo assim a população do município.
    Ainda, outras comunidades do entorno foram visitadas e o óbito de macacos também foi contatado. Além disso, houve a comunicação em diversos setores responsáveis da saúde, inclusive um alerta enviado a regional de saúde, o que levou a população a ser vacinada, apesar dos testes preliminares realizados não terem confirmado a febre amarela. No entanto, ocorreu uma falha á respeito da regional de saúde para com as prefeituras dos municípios adjacentes de Franciscópolis que, alegaram não terem recebido o alerta de risco, podendo indicar que a regional não reconheceu naquele momento a sua devida dimensão.
    Ressalta-se portanto, a importância de conhecer o território onde se trabalha, conhecer a interação entre os setores de saúde e de reconhecer o saber da comunidade. Além disso, destaca-se a relevância de identificar uma situação de risco baseada, muitas vezes, em apenas suspeitas, como mencionado anteriormente que, embora sem a confirmação e com amostras insatisfatórias do laboratório, o município intensificou o alerta e vacinou a comunidade.
    Dessa forma, para que houvesse menos casos nos outros municípios ou nenhum como em Franciscópolis, os profissionais deveriam se atentar as práticas de ação estratégica de vigilância em saúde: informação/decisão/ação por meio do reconhecimento do território e sua população enfatizando a ação de comunicação entre as partes envolvidas.

    Integrantes: Patricia, Angélica, Fernanda, Ana Paula, Michel e Aline Novaes.

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  6. O caso de Franciscópolis muito traz sobre a comunicação entre os diferentes atores e a participação popular nos caminhos e rumos das ações de saúde. Kênia, a coordenadora de vigilância em saúde ao ouvir e dar importância para o relato e percepção dos moradores da região rural, construiu uma importante rede e estes foram também protagonistas do processo. O saber técnico sobre métodos de enfrentamento da febre amarela só serviu quando acrescido ao saber popular.
    Para além disso, ao problematizarmos a possível negligência com os casos de epizootia e febre amarela silvestre nos deparamos com a questão campo x cidade e sua dependência desigual, questão estrutural do Brasil, as zonas rurais são historicamente negligenciadas em relação aos centros urbanos, principalmente municípios mais pobres que abrigam os trabalhadores rurais.
    Outro fator que o grupo trouxe foi a hipótese levantada pela bióloga da Fiocruz Márcia Chame, o aumento de casos suspeitos de febre amarela em Minas pode estar relacionado à tragédia de Mariana que ocorreu em 2015. A hipótese teve como ponto de partida a localização das cidades mineiras que identificaram casos de pacientes com sintomas da doença. Grande parte está na região próxima do Rio Doce, afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, em novembro de 2015. “Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças, incluindo a febre amarela” Disse a bióloga à reportagem do Jornal Estadão
    A Vale segue impune, os habitantes seguem sofrendo com as consequências do desastre tanto com os prejuízos físicos como com prejuízos da dimensão subjetiva e o poder público se mostra alheio aos acontecimentos e às consequências.
    Não nos impressiona que havia possibilidade de enfrentamento dos casos de febre amarela, bem como mostrou a experiência de Franciscópolis, e que não houve monitoramento, percepção da situação e enfrentamento destes. Percebemos ações mais eficazes nas áreas urbanas. Não deixemos de lado a questão de classes que muito marca essa lógica da construção das ações de saúde que acabam operando em função de interesses hegemônicos.

    Integrantes: Amanda Freitas, Beatriz Lacerda, Gabriela Braga Bordon, Kassia Queiroz, Nayara Rael

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  7. Nota-se que, segundo a matéria publicada pela folha sobre a febre amarela em Franciscópolis e em outras cidade de Minas Gerais, houve uma falha na comunicação entre a regional da saúde e as prefeituras dos municípios. Desta forma, não foram desenvolvidas ações preventivas para a doença. O fato de o problema ser localizado não excluia a possibilidade de ações preventivas nas regiões vizinhas ou até mesmo em todo o estado. Se toda a região tivesse sido notificada da situação e as regionais de saúde realizassem uma politica de alerta e prevenção à doença, a história poderia ter sido diferente e muitos casos poderiam ter sido evitados.
    Essa falta de comunicação e falhas nas politicas publicas de saúde evidenciam também um problema classista. Regiões rurais não são dinâmicas economicamente como nas grandes cidades. Se o caso tivesse sido em grandes cidades, a preocupação de o surto afetar as atividades econômicas poderia exigir politicas de saúde para prevenção, por ser uma região de interesse da dinâmica de atividades econômicas e industriais.
    Nota-se, no entanto, que coordenadora de saúde Kênia Moreira se empenhou no caso e teve uma atuação muito importante para que o surto não tomasse proporções ainda maiores. O mesmo não aconteceu quando ela notificou a Superintendência Regional de Teófilo Otoni. Mesmo o caso não sendo confirmado, a Superintendência deveria ter tomado medidas de prevenção, avisando os municípios vizinhos e não esperar que mortes acontecessem para que houvesse confirmações.
    Em suma, as falhas de comunicação entre a Regional de Teófilo Otoni e os municípios evidenciam também uma falta de interesse pelo caso. Não havendo interesse, não há ações de politicas publicas em beneficio da população.

    Nome: Filipe Lima

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  8. Integrantes: Leticia Tizeu, Leticia Malagutti, Gabriela Murizine, Thiago Henrique.

    O artigo, que relata a situação de um município que se destacou por não apresentar nenhum caso de febre amarela mesmo que cercado por municípios em que a incidência de febre amarela estava aumentando, permite ver, na prática, a importância da intersetorialidade quando se trata de prevenção e vigilância, e essa pauta foi o que mais chamou atenção e guiou nossa discussão.
    A sanitarista do município sem casos registrados, ao perceber uma tendência diferente e a morte de macacos na região, mesmo sem confirmação de causa da morte dos animais, decidiu adotar medidas preventivas, vacinando os moradores de região antecipadamente. Os outros municípios, no entanto, não foram notificados pelas secretarias responsáveis, o que fez o número de casos aumentar nesses lugares pela ausência de tais medidas.
    A comunicação é essencial para desenvolver os trabalhos e intervenções necessários à saúde pública. O repasse de informações entre todas as instituições envolvidas na rede, a visão panorâmica e minuciosa, que permita identificar os riscos (bem como feito no município X) e, além disso, estender as intervenções à todas as regiões que forem necessárias, são ações fundamentais.

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