sábado, 11 de março de 2017

Aula 2 - Mesa: Vigilância Sanitária no Brasil

Olá!

Envio algumas das questões levantadas ontem em sala de aula pela Dra. Ana Figueiredo e o Dr. Luiz Quitério:


1) A vigilância sanitária, atualmente, sofre um processo de "cegueira acadêmica" e de um "aprisionamento institucional".

2) As normas técnicas têm se tornado cada vez mais complexas e na forma de check-list o que tem turvado nossa visão para a proteção da saúde das pessoas.

3) O que é a proteção à saúde no século XXI?

4) A universidade tem formado somente técnicos, sem o pensamento universal. O que é a universalização? Como fazer diferente?

5) ... proteger pessoas do uso, consumo, exposição a coisas/ambientes/lugares vigiando os riscos sanitários com sua regulação .... é possível? Quais são os riscos? A população conhece? Quem define a política? Onde? Quem executa? Quais são os interesses em jogo entre proteger pessoas ou regular produtos/mercadorias...

6) Até onde vão as ações da vigilância sanitária? Como mediar as ações da vigilância sanitária levando em consideração o contexto social? Exemplo de uma única maternidade de uma determinada cidade com condições insatisfatórias de higiene. Interditar? Intervir de que forma?




3 comentários:

  1. A mesa apesar de complexa e em certos momentos de difícil compreensão para nós que pouco tivemos contato com a vigilância em saúde, possibilitou o aprofundamento no tema. Luiz Quitério trouxe o exemplo do Hospital Maternidade de Santos e através desse caso problematizou a dimensão jurídica e a dimensão política, o hospital se encontrava em condições extremamente complicadas. Houve diversas tentativas de interferência política principalmente através de vereadores. Outro ponto foi a questão da moralidade e da falta de vontade política em executar as ações necessárias, segundo Quitério havia recurso. Ele também trouxe o fato da ANVISA ser “supra política”, essa questão apareceu em outros momentos da mesa e das falas dos participantes.
    Debateu também a questão da vigilância sanitária estar relacionada com atividades econômicas e isso estar diretamente relacionado ao poder. Recentemente, dia 17 de março, a polícia federal fez uma operação para investigar um suposto esquema de propinas que permitia a distribuição de cargas adulteradas ou fora das normas de qualidade de carne, frango e embutidos de porco e aves, que seriam vendidas para o Brasil e para o exterior. Este caso é um bom exemplo de uma questão que envolve segurança alimentar, ações de vigilância sanitária e é uma situação diretamente ligada a setores extremamente poderosos de nosso país, o agronegócio representa uma das principais forças políticas e é detentora da maior parte da riqueza. Luiz também nos mostrou a diferença da quantidade de palavras da RDC “para coisas” e “para pessoas”, o número de palavras da RDC para coisas corresponde a 6412 e para pessoas 424 nas palavras de Luiz Quitério “Sem repertório técnico para relacionar nossa atividade à vida das pessoas”.
    Ana Figueiredo trouxe aspectos mais complexos e menos práticos da vigilância, fez um panorama histórico, debateu a questão da proteção falou da separação e do surgimento da vigilância e trouxe uma questão a respeito da economia globalizada trazendo o termo regulação.
    Quanto as denominações de vigilância fez uma observação “ A fragmentação com denominações variadas confunde a compreensão dos seus objetos e encobre as diferenciações de real finalidade.”
    O debate foi ficando cada vez mais complexo com colocações muito específicas dos trabalhadores presentes e se distanciou um pouco para nós.

    Integrantes: Amanda Freitas, Beatriz Lacerda, Gabriela Braga, Kassia Queiroz, Lucas Pires, Nayara Rael

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  2. Algumas questões trazidas foram extremamente relevantes, especialmente porque os profissionais possuem extrema experiëncia no campo, nos ofereceram análises vividas de situações no campo da vigiläncia, seja no ämbito técnico ou na produção acadëmica que contribui para formulação de políticas regulamentação e reflexão constante sobre a produção e a prática no campo da vigiläncia.
    É certo que atuar em vigiläncia sanitária no Brasil não é nem um pouco parecido que em qualquer outro país do mundo, ainda que com alguns compartilhemos certos aspectos econömicos, culturais e históricos.Pensar nas dimensões da vigiläncia e a implicação que cada uma delas interferem na proteção da população não é razoável.
    Dois apontamentos feitos pela professora Ana Figueiredo chamaram muito minha atenção, a cegueira acadëmica que se fecha numa redoma de produção científica, engessada e pouco inovadora, no sentido de explorar aspectos não comuns e aprimorar a interdisciplinaridade e a ausëncia, segundo a professora,de uma política nacional de VISA.
    Grupo: Helena Oliveira, Vivian Oku,Rafael Pegoraro, Pedro Altino e José Chagas.

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  3. A mesa trouxe assuntos complexos que explicitam a dificuldade dos profissionais da saúde coletiva em atuar numa estrutura política, que envolve questões econômicas, poderes, corrupção e todos os âmbitos da política do nosso país. Isso ficou claro com a fala sobre a ANVISA, que é supostamente um órgão supra político, mas que está sob influência e subjugado ao âmbito macro das relações econômicas.
    A mesa tratou também dos percalços para implantar uma gestão em vigilância que seja baseada em evidencias e que contemple os aspectos biopsicossocias, equipe multidisciplinar para propor e executar ações para além das normas técnicas. Foi abordado também a questão da vigilância em saúde para além da fiscalização e da regulação, que compreenda o espaço, o ambiente, o meio, as questões humanas, as relações sociais.
    O exemplo da maternidade em condições deploráveis, sem um mínimo de salubridade para funcionários e clientes, trouxe fortemente a questão da intervenção sem a prevenção. Uma instituição de saúde chegar a esse ponto traz à tona a fragilidade do sistema em se aperceber e atuar no momento certo, com equipe certa.
    Integrantes: Lucila Pougy, Maria do Carmo Gouveia Wiik, Paula Etlinger e Sabrina Ribeiro Santana.

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